Quem não desejou a uma pessoa um feliz Natal nestes dias?
O que queremos expressar com isso para não ser apenas uma palavra vazia?
Estamos celebrando o fato histórico em que Deus entrou no mundo, ELE não entrou com uma propaganda barulhenta.
Ele foi esperado por séculos. Esperou-se a vida do Messias em Jerusalém, capital, lugar importante.
Mas os planos de Deus divergem dos nossos planos.
Não foi em Jerusalém que Deus entrou neste mundo, mas em Belém, um lugar pouco expressivo.
E quando chegou lá Maria com José, não habia lugar para eles na hospedaria.
Estes peregrinos que foram lá para se inscrever num recenceamento encontraram acolhida fora da cidade, num estábulo, entre os animais.
Ainda hoje procuramos grandezes, aplausos, destaques, manchetes nas rodas sociais.
Natal nos ensina algo diferente.
Deus entrou neste mundo no silêncio da noite, como criança dependente de tudo, num lugar da periferia.
Mas ele entrou neste mundo e foi recebido – mas onde foi e quem foram os primeiros que o visitaram?
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Foram os pastores cujo conceito naquele tempo não foi dos melhores. Eles foram e visitaram o recem nascido e louvaram da Deus depois.
Se Deus escolheu esta forma para entrar neste mundo, deve ter uma razão para isso.
Será que por trás não está todo um ensinamento que ao longo da história ecoa?
Será que existem ainda hoje homens, mulheres e crianças para os quais não tem lugar neste mundo, NA NOSSA SOCIEDADE?
Será que existem ainda hoje homens, mulheres e crianças que fazem a experiência que não são necessários – que não tem lugar para eles.
Será que a propaganda que escutamos diariamente é verdadeira?
Que o povo está mesmo em condições melhores?
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Sem dúvida nenhuma existem pessoas que conseguiram melhorar a vida, conseguiram entrar pela janela numa repartição à título de assessor ou assessora?
E os critérios para esta ascensão foram à competência?
Fato este que as periferias existem tal qual como no tempo de Jesus em Jerusalém.
Periferias cada vez mais ocupadas por pessoas para as quais hoje também não existe lugar OU outro lugar.
Deus entrou no mundo através de uma criança frágil e dependente para nos ensinar algo diferente da competição e da corrida aos primeiros lugares.
Será que com a simplicidade não poderíamos conseguir construir mais um mundo de solidariedade e de fraternidade?
O serviço não está construindo mais do que o poder da dominação?
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Quando o pão falta nalgum lugar, as pessoas saem à sua procura e batem à parta de quem o tem em abundância.
Se as portas não se abrirem, há o desejo de entrar, a necessidade e a fome levam a forçar as portas ou a pular os muros, para chegar lá.
Desejando um feliz Natal deve nos ensinar a participar na construção de um mundo de fraternidade e de solidariedade.
Isso significa aprender na simplicidade do estábulo de Belém e reavaliar nossas posturas e a nossa vida.
Assim podemos criar um espaço no nosso coração para que Jesus Cristo possa nascer no seu coração.
E aí o desejo de um Feliz Natal vai ser a expressão que brota de um coração novo, repleto do desejo de fraternidade.
Esta felicidade de Natal desejo todos vocês meus caros amigos.