Preocupado com o bem estar do povo, o bispo diocesano de Picos, Dom Plínio José Luz da Silva acompanhado do diácono Marcos Roberto Vieira, visitou na segunda-feira (15/06), as famílias afetadas pelo projeto da Ferrovia Transnordestina na região de Curral Novo do Piauí e Paulistana, percorrendo as fronteiras do Piauí com o Pernambuco.

Durante as visitas, percebeu-se a quantidade de maquinas trabalhando e o quanto a obra tem avançado, mas constatou-se também a forma desonesta e ilícita pela qual as famílias são tratadas. De acordo com relato dos moradores, até o momento não receberam as indenizações e as novas casas que foram construídas para os mesmos, são de má qualidade.

“Estou muito insatisfeita. Construíram essa casa aqui, porque disseram que a nossa casa ficava perto da ferrovia, mas fizeram parece que foi de mal gosto, porque o material é de péssima qualidade, as portas são todas mal feitas, o banheiro não segura água, o cimento que colocaram nem imita com o que tinha na minha casa, a cisterna que eles construíram aqui é vasando a água toda hora, quando lembro que a minha foi construída pela Cáritas tão bem feita, me dá um desgosto. Ainda hoje não me sinto em casa”, disse a moradora da comunidade Caldeirãozinho, Maria de Fátima Delmondes.

Há um mês, ao tomar conhecimento do descontentamento das famílias atingidas, o diácono Marcos Roberto foi até o local e conversou com o responsável pela obra, e apresentou ao mesmo as moradias que foram construídas de má qualidade, e exigiu do mesmo que fossem feitos os devidos acabamentos, como por exemplo, a troca de portas e janelas quebradas, instalações de banheiros, perfuração de poços, restauração das cisternas e instalação da energia elétrica. Após a visita do diácono, pode-se notar algumas melhorias, como a troca de portas e janelas, instalação de energia elétrica em algumas casas, perfuração dos poços entre outros.

As famílias reclamam ainda do barulho e da poeira ocasionados pelos transportes, bem como das explosões que as empresas realizam sem comunicar aos moradores, causando rachaduras nas moradias e danificando as cisternas. Clique a aqui e veja o que diz a moradora do povoado Baixio dos Belos, Maria do Socorro Feitosa.

Outro fator preocupante mencionado pelos moradores é o Açude do povoado Serra Vermelha que terá o seu Boje soterrado por ficar mesmo no local onde passa a ferrovia. “A nossa preocupação maior é ficarmos sem água. Porque o Açude abastece o nosso povoado e as comunidades aqui da região, se não fizerem essa parte que será soterrada podemos ficar sem água até para bebermos”, afirma a moradora do povoado, Maria Adjove Macêdo Cipriano.

Durante o dia, o Bispo visitou as famílias das comunidades, Baixio dos Belos, Caldeirãozinho, Serra Vermelha e reuniu-se com as comunidades Barro Vermelho, Contente e Umbuzeiro. No encontro, que também contou com a presença do pároco de Paulistana, Pe. Pio Feitosa, Dom Plínio ressaltou: “Como Igreja, queremos ser presença na vida do povo. Não prometemos de resolver os problemas enfrentados pelas famílias, mas nos comprometemos em acompanha-las orientando”, disse.

No dia 02 de julho, os bispos do Piauí terão uma audiência com o governador do estado, Wellington Dias. Na ocasião, Dom Plínio apresentará ao mesmo, a atual situação em que se encontram as famílias dessa região.

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