Neste tempo da quaresma refletirmos sobre nossa condição humana que mostra que somos pecadores. Somos frágeis criaturas, sujeitas a freqüentes desvios e quedas no caminho;
Somos tentados a esquecer Deus, a nos deixarmos levar pela “soberba da vida”, que coloca Deus de lado e nos leva a pautar nossa existência sem Deus.
A solicitação tentadora de Adão e Eva no paraíso continua sempre atual: “Sereis como deuses”.
Esta é a grande tentação do homem:
Não reconhecer sua relação intrínseca com Deus, pretender viver sem Ele e até colocar-se no lugar de Deus. A revelação bíblica e nossa fé cristã ensinam que Deus não aceita a idolatria e condena a atitude soberba do homem;
Deus é ao mesmo tempo, é compassivo e misericordioso com o pecador arrependido, que se volta com atitude contrita para Ele.
Por isso, desde o primeiro dia da Quaresma, a Igreja chama à conversão, o que significa, literalmente, a voltar-se novamente para Deus; chama também à penitência e à renovada adesão a Jesus Cristo e seu Evangelho, como sinais da conversão sincera.
Começamos a quaresma com a imposição das cinzas é acompanhada com as palavras – “convertei-vos e crede no Evangelho”:
É Jesus Cristo que nos mostra o caminho para Deus e nos põe em comunhão com Ele.
 A conversão conta com a graça de Deus mas também supõe nosso esforço de superação da auto-suficiência, mediante a penitência, o conformação de nossa vida com a Palavra de Deus (obediência filial a Deus), o arrependimento dos pecados e o reconhecimento humilde da misericórdia de Deus.
Todos esses passos aparecem bem na parábola do “filho pródigo”.
Por isso na quaresma estamos chamados a fazer a nossa confissão sacramental.
A Campanha da Fraternidade deste ano nos questiona:
Fraternidade e tráfico humano.
O fato lamentável que está se vendendo seres humanos pela ganância do lucro e do prazer.
Isso representa uma mancha preta da nossa civilização. Uma demonstração que o dinheiro cega as pessoas.
A situação social e econômica do nosso tempo desafia a nós, cristãos, como a todas as pessoas, a se colocarem seriamente o problema:
Se as atividades econômicas pessoais, da sociedade como um todo e as do Estado estão, de fato, a serviço da fraternidade e da vida, ou estão sendo campo de profundas injustiças, de dor e de morte?
Quantas pessoas estão ainda na margem da dignidade da vida?
Basta olhar mais de perto as nossas periferias para ter uma visão da realidade que nos cerca e tantas vezes ignoramos.
Diante destas situações de injustiça que encontramos abrem se as portas para a especulação com seres humanos.
São pecados que gritam para o céu.
A avareza, que é a busca ávida dos bens desta vida, como se eles fossem o objetivo último do viver humano, leva o homem a passar por cima de tudo para obter e possuir esses bens.
Passamos a viver em função dos bens que passam e tudo por eles sacrificamos; até Deus fica em segundo plano.
Conversão significa também rever as nossas atitudes em relação ao nosso relacionamento?
A vida econômica da sociedade, que envolve o trabalho, a produção, a distribuição, o consumo e a posse de bens, deveria ser o espaço privilegiado para a construção de verdadeiras relações de solidariedade e fraternidade entre as pessoas, grupos e povos.
 A Campanha da Fraternidade nos convida a um sério exercício de conversão da vida pessoal e social,  um repensar do nosso respeito e da nossa compreensão com os seres humanos que são filhos de Deus como cada um de nós.
Firme na fé e fiquem com Deus