A Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora (CEPAST) do Regional Nordeste 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se reuniu nesta sexta-feira (21), em Teresina, para a última reunião ordinária de avaliação e planejamento do ano de 2026. A reunião tratou de temas como A 17ª Romaria da Terra e da Água no Piauí, o Grito dos Excluídos, a Campanha da Fraternidade, os impactos da seca no Piauí e outras pautas de cunho social.
O encontro aconteceu na sede da Conferência, na capital, e contou com a participação do bispo de Picos e referencial para a Ação Sociotransformadora, dom Plínio Luz, e do bispo de Floriano, dom Júlio César. Também estiveram presentes representantes de diversas pastorais sociais da Igreja Católica no Piauí, como a Cáritas, as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), a Conferência Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), a Pastoral da Comunicação (Pascom), dentre outras.

Durante a reunião, foi iniciada oficialmente a preparação e o planejamento para a 17ª Romaria da Terra e da Água no Piauí, que vai ser sediada pela Diocese de Floriano, em 2028. Toda a CEPAST se reunirá com os membros da comissão organizadora da Diocese de Floriano no dia 22 de maio numa reunião presencial na sede do Regional para iniciar as primeiras tratativas e a composição das equipes de trabalho visando à Romaria.
Na ocasião, dom Júlio César manifestou a preocupação com o afastamento das juventudes do Piauí das ações promovidas pela Igreja, sobretudo àquelas que procuram denunciar e combater as injustiças sociais: “Nós percebemos um certo distanciamento dos jovens e um esvaziamento desse segmento naquelas atividades que vão pra além da espiritualidade. Precisamos buscar meios para fazer a juventude compreender que elas também devem ser expressão de indignação diante das injustiças e atrai-las para as lutas.”, disse.

Dom Júlio propôs que as pastorais e os movimentos precisam evoluir no sentido de provocar e despertar os jovens para gerar um novo protagonismo juvenil nos debates de temas e propostas relacionados à doutrina social da Igreja: “Houve um tempo em que a juventude participava mais ativamente desse processo, mas esse encantamento acabou. Precisamos reecantar as diversas expressões juvenis da nossa igreja e, para isso, devemos escutá-las, adotando modelos e formatos que despertem o interesse e o engajamento dessa parcela tão importante da sociedade.”, falou.

Ainda na reunião, foi discutido o cenário de seca enfrentado por quase todos os municípios piauienses, principalmente no sertão. Dom Plínio relatou situações difíceis e desafiadoras vividas por milhares de famílias em todo o Estado: “Devemos buscar urgentemente um diálogo da Igreja com a sociedade civil, as organizações, as instituições e o governo no sentido de solucionar, ou pelo menos amenizar, as consequências da seca. Os pequenos agricultores estão perdendo a produção, os reservatórios estão vazios e a calamidade está instalada no dia a dia dessas pessoas.”, destacou.

O coordenador da CEPAST, Hidelbrando Pires, avaliou positivamente o desempenho da comissão no ano de 2025 e reforçou que as lutas no próximo ano irão se debruçar, sobretudo no que diz respeito à urgência de debates ambientais: “Nós temos uma grande responsabilidade neste momento, principalmente porque estão em curso vários projetos de lei e ações governamentais que ameaçam os nossos territórios e o seu povo, bem como os recursos naturais presentes nestes espaços. Por isso, nossa comissão vai buscar dialogar com todos os setores no sentido de garantir os direitos sociais e a preservação do meio ambiente.”, finalizou.


