Após 25 anos de ministério episcopal, Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho tonou-se arcebispo emérito de Teresina, neste sábado (25 de fevereiro), quando entregou a Arquidiocese de Teresina para o seu sucessor, Dom Juarez Marques Sousa da Silva.

Confira um trecho da mensagem lida por Dom Jacinto durante a celebração de posse de Dom Juarez.

Hoje assume o pastoreio da amada Arquidiocese de Teresina o seu 8º arcebispo. Estão aqui para lhe acolher, querido irmão, os seus irmãos no episcopado, vindos de várias dioceses vizinhas e até distantes com destaque para o nosso Regional do qual você é o nosso presidente. Alegra-se a mãe Igreja peregrina desta Chapada do Corisco, a multidão dos fiéis leigos e leigas das 71 paróquias, das 10 áreas pastorais e das 14 diaconias territoriais que vêm para lhe saudar e confirmar. Eis aqui a representação do rebanho que lhe foi confiado com a diversidade de suas expressões pastorais, a riqueza dos movimentos, grupos e serviços.

A essa multidão de fiéis une-se o seu Clero composto de 96 padres, um diacônio composto de 71 diáconos permanentes enriquece o Clero desta Arquidiocese. Alimentam a sua esperança de novos colaboradores, 49 jovens seminaristas que buscam se formar para o ministério ordenado e 25 homens casados frequentam a escola diaconal São Francisco de Assis em vista de se tornarem diáconos permanentes. Na riqueza de vocações desta Igreja não poderiam faltar os consagrados e as consagradas. São 9 os institutos religiosos masculinos e 20 os femininos. A ordem das virgens alcança o número de 19 membros ao lado de três institutos seculares e 18 novas comunidades.

Estes colaboradores e colaboradoras hoje lhe cercam e vibrantes se colocam ao seu lado na apaixonante tarefa de evangelizar. Querido, Dom Juarez, 1º piauiense a se assentar na cátedra desta Arquidiocese como arcebispo. A filha do sol do Equador se rejubila por esse fato e se orgulha deste filho que nos é dado. Dileto irmão, Dom Juarez, em 2008 sua trajetória episcopal foi iniciada em Oeiras, a primeira capital do Piauí. E eis que hoje o Santo Padre, o Papa Francisco lhe introduz na capital do nosso estado depois de ter passado pela bela Parnaíba. Dessas dioceses que lhe tiveram como pastor, não ficaram apenas as experiências e lembranças. Todos com um só coração oram por vocês nosso arcebispo apoiando o início do seu ministério episcopal.

Aqui eu lhe faço uma confidência e agora pública porque já o fiz no nosso primeiro contato no dia de Natal quando o senhor Núncio Apostólico me permitiu pela primeira vez dirigir-me a você. Já são 7 anos seguidos que todo domingo na santa missa eu rezo para que Deus dê a esta Igreja um bom pastor. Desde o dia 4 de janeiro essa súplica se transformou em ação de graças quando naquele 17 de maio de 2008, em Oeiras, lhe impus as mãos juntamente com tantos irmãos bispos na sua ordenação episcopal. Nunca poderia imaginar que estava diante do meu sucessor na Arquidiocese de Teresina. Os caminhos de Deus são impenetráveis.

Desde 2012, uma vez arcebispo desta Igreja, nossos caminhos se cruzaram em fraterna estima e ação pastoral conjunta. Num sinal do alto você sempre foi acompanhado pela virgem Maria em suas sedes episcopais. Em Oeiras, o título de Nossa Senhora da Vitória prenunciava assistência materna. Parnaíba lhe deu a senhora da Graça, a segurança de que é por graça que somos salvos e a graça que é Cristo Jesus que precisamos ministrar ao mundo. Teresina hoje lhe acolhe na catedral de Nossa Senhora das Dores justamente num mundo dilacerado por discórdia, polarizado por estéreis ideologias, ferido pelo ódio, a mãe das Dores vem mostrar a sua compaixão lhe convidando a com ela tocar as chagas de seu filho nas dores de tantos irmãos e irmãs sofridos.

Que ela, a mãe da Igreja, meu dileto sucessor lhe seja sempre graça na missão e vitória na dores. O pastor é dado ao rebanho e a advertência de Pedro alcança o nosso íntimo: ‘Cuidai do rebanho de Deus que lhe foi confiado’. Sim, este rebanho está a caminho. Alguém que como você, meu irmão, fez mestrado em história da igreja na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma não será difícil inserir-se na história desta igreja visto que, embora, seja natural de Barras, na Diocese de Campo Maior, certamente aqui bem representada, seu maior tempo de ministério transcorreu em Teresina, quer como professor, quer como reitor do seminário. Para ainda mais acentuar essa convergência, sabe qual foi a tese de mestrado do nosso arcebispo? a criação da Diocese do Piauí. Ele dissertou sobre todos os altos e baixos que levaram o Santo Padre a criar a Diocese do Piauí. Deus já lhe preparava esta sede, meu caro historiador.

Querido Dom Juarez, se nossos pais, Anísio Marques e Pedro Brito, já nos contemplam do alto, temos a graça de ter hoje presentes nossas mães. Dona Maria José Sousa e Dona Maria Inês Brito. Só Deus sabe o que no coração delas se passa. Conheço o seu desvelo filiar por dona Maria José. E a minha querida mãe que sempre me abençoou dizendo: ‘meu filho, Deus te faça um sábio e santo sacerdote’. Ela viu a ordenação presbiteral e episcopal do filho e hoje o vê se tornar emérito. O senhor lhe recompense, minha querida mãe, que sempre me acompanhou com a agenda de minhas atividades pastorais em uma mão e o terço na outra.

Dom Juarez, grande entusiasta da IVC, seja o seu pastoreio a nos levar para águas mais profundas neste caminho de encontro pessoal com Cristo, para que todos tenham vida, como é o seu lema episcopal, aí está o itinerário do ano vocacional. Corações ardentes, pés a caminho. Uma só coisa lhes peço, irmãos e irmãs, orem por mim, orem por Dom Juarez. Eu tomo suas palmas como um sim e agradeço de coração e posso lhes dizer que não se passa um dia sem que eu reze por aqueles que oram por mim. Alegre-se, portanto, Santa Igreja de Deus que está em Teresina. O Senhor nos concedeu um novo pastor. Em nome da Arquidiocese, eu lhe entrego Dom Juarez o nosso guia arquidiocesano que é um espelho da nossa Igreja e a brochura, uma Igreja Samaritana. Aí, o senhor encontrará o rosto de uma Igreja que hoje lhe acolhe de coração dilatado.

Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho

Natural de Bacabal, no Maranhão, Jacinto Furtado de Brito Sobrinho esteve à frente da Igreja de Teresina desde 2012, após ser indicado pelo Papa Bento XVI para ocupar a vaga do cardeal Sérgio da Rocha, à época transferido para Brasília.

Foi ordenado padre em 1972 e possui formação em Psicopedagogia. Como bispo, nomeado pelo Papa João Paulo II, em 1998, atuou no município de Crateús, no Ceará. Dom Jacinto foi o sétimo arcebispo metropolitano de Teresina.

Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho nasceu em Bacabal (MA) no dia 16 de junho de 1947. Realizou seus primeiros anos de estudos no Grupo Escolar Osvaldo Aranha (1ª a 4ª séries) e no Colégio Nossa Senhora dos Anjos (5ª a 8ª séries), em Bacabal. Fez estudos secundários no seminário Santo Antônio, em Campina Grande. Estudou Filosofia no seminário provincial de Fortaleza e no seminário regional do Nordeste, em Recife. Cursou Teologia no seminário regional do Nordeste, em Recife. Possui formação em psicopedagogia.

Jacinto Brito foi ordenado padre no dia 15 de janeiro de 1972, em Bacabal. Foi pároco na paróquia de São Benedito em Pedreiras, no período de 1972 a 1994. Foi membro do Conselho Pastoral Diocesano (1972-1980); membro da Comissão Nacional do Clero (1980-1983); membro do Colégio de Consultores da Diocese (1984-1994); Vigário geral da diocese (1990-1995). Foi reitor do Seminário Interdiocesano de Santo Antônio, em São Luís (1995-1998), onde também ensinou a disciplina prática sacramental.

Foi nomeado bispo de Crateús pelo Papa João Paulo II, em 18 de fevereiro de 1998. Recebeu a ordenação episcopal no dia 24 de maio de 1998, em Crateús, das mãos de dom Antônio Batista Fragoso, de dom Paulo Eduardo Andrade Ponte e de dom Pascásio Rettler. No dia 22 de fevereiro de 2012, o Papa Bento XVI o nomeou arcebispo de Teresina. Como 2º bispo diocesano de Crateús, sucedeu a dom Antônio Batista Fragoso. É o 7º arcebispo de Teresina, sucedendo a dom Sérgio da Rocha.

Com informações da CNBB nacional