O bispo de Campo Maior e vice-presidente da Comissão Episcopal Regional Nordeste 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Francisco de Assis, concedeu entrevista à Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) durante o 18º Congresso Eucarístico Nacional, que aconteceu na Arquidiocese de Olinda e Recife, de 11 a 15 de novembro.

Dom Francisco de Assis em entrevista à Universidade Católica de Pernambuco durante 18º Congresso Eucarístico Nacional
Dom Francisco de Assis em entrevista à Universidade Católica de Pernambuco durante 18º Congresso Eucarístico Nacional

Dom Francisco falou sobre o tema da 18ª edição do Congresso Eucarístico Nacional “Pão em todas as mesas” e o lema “Repartiam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles” (At 2,46):

“O Congresso tem um resgate muito forte do Evangelho. Um dos milagres marcantes de Jesus é a multiplicação e a distribuição dos pães, então o congresso nos resgata e atualiza essa leitura do Evangelho. É uma temática muito atual e pertinente porque temos no Brasil cerca de 33 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar”, disse Dom Francisco.

O bispo falou também sobre a prática da caridade, fundamental para o exercício da fé, no sentido de proporcionar uma sociedade voltada para o cuidado com a vida, a justiça e o bem comum:

“Na nossa Diocese de Campo Maior, este ano é o ano da caridade. E eu digo ao Clero, aos seminaristas, aos fiéis que a caridade, como propõe a CNBB, no projeto de evangelização, num primeiro momento não é dar alguma coisa a alguém, mas é abrir possibilidades. O congresso toca o coração de todos, inclusive os nossos corações de pastores, para que nós entendamos essa problemática como a possibilidade de resgatar essa cidadania, a dignidade das pessoas, e não há dignidade sem alimentação, sem poder comer”, destacou.

Finalizando, Dom Francisco reforçou que o Congresso cumpre uma missão não apenas teológica, mas social e citou o legado de Dom Helder Câmara como um dos grandes exemplos de fé, caridade, justiça e cidadania:

“O congresso é teológico, mas também há um grito social a partir do Evangelho e também o resgate da memória do profeta Dom Hélder Câmara. É muito importante ver como o congresso trata bem Dom Helder. Ele precisa ser bem conhecido até porque na Igreja é servo de Deus, porque nos deu grandes lições, e uma delas é a solidariedade, então o congresso cumpre uma missão profética”, falou.