A Diocese de Floriano divulgou, nesta quarta-feira (22), um documento com orientações sobre as festas dos padroeiros de paróquias e comunidades. A carta é assinada pelo bispo diocesano, Dom Edivalter Andrade, e tem por objetivo recuperar o sentido cristão das festas e promover a evangelização e a espiritualidade do povo de Deus. As orientações deverão ser colocadas em prática por todas as comissões organizadoras das festas nas paróquias da diocese.

O documento tem como fonte de inspiração a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho), o Documento de Aparecida, a Carta Apostólica de São João Paulo II e o Catecismo da Igreja Católica. De acordo com a carta, as reflexões que apontam para uma necessidade de revisão do processo de transmissão da fé, surgiram a partir da 13ª e 14ª Assembleias Diocesanas de Pastoral, realizadas de 12 a 14 de novembro de 2021 e de 4 a 6 de novembro de 2022, respectivamente.

“As festas dos padroeiros são as que mais alegram o nosso povo. Por isso, é bom saber que o melhor jeito  de festejar nossos santos e fazer a memória deles é procurarmos viver  como eles viveram a fé e se santificaram, abrindo exemplos e caminhos para nós. A vida, a missão dos nossos heróis da fé e o exemplo que eles nos deixaram de seguimento a Jesus Cristo, devem ser o centro da atenção das nossas festas. Se não for assim, há o perigo de profanarmos a festa do padroeiro”, diz Dom Edivalter.

De acordo com o bispo, o modo de preparar e realizar a festa do padroeiro deve ser, em primeiro lugar, a expressão da fé em Jesus, e do compromisso com a evangelização e com a vida, da promoção da amizade, da confraternização familiar e da paz: “Uma festa pode dar muito lucro e ganhos materiais, mas trazer muito prejuízo para a nossa fé. Mesmo uma festa que se diz ser do padroeiro, está fora do espírito cristão e da fé quando favorece a bebedeira, o consumo de drogas, o toque de músicas com conteúdo imoral e em volume exagerado. Uma festa assim não é uma festa cristã, é uma festa mundana”, destacou.

Ainda segundo o documento, deve ser evitado tudo aquilo que contraria as boas iniciativas e as normas litúrgicas da Igreja: “Deve ser evitada ajuda financeira de pessoas não interessadas na festa, mas em se promover politicamente, instrumentalizando a festa em vista de aumentar a sua popularidade. Devem ser evitadas também as citações de patrocinadores e dos valores de suas contribuições. A comissão da festa não pode aceitar a interferência do poder público na destinação do espaço da festa religiosa para a instalação de barracas de bebidas, comidas e outros produtos nas proximidades da Igreja”, diz.

A carta lembra ainda sobre assuntos de natureza econômica e financeira das paróquias, a importância e a necessidade de uma prestação de contas transparente e o repasse para a Cúria Diocesana de 10% de tudo o que foi arrecadado na festas: “O lucro exagerado não deve ser a finalidade da festa. As iniciativas de ordem econômica devem obedecer o que está estabelecido no documento do Sínodo Diocesano com supervisão da equipe econômica para evitar desvio de recursos. Não se planeja uma festa seguinte sem que o resultado da festa anterior tenha sido revelado à comunidade. A prestação de contas é essencial e deve ser feita na íntegra. Também não pode ser esquecido a obrigação do repasse de 10% para a Diocese”, pontua.

Confira abaixo o documento na íntegra