O bispo de Oeiras, dom Edilson Soares Nobre, eleito secretário do Regional Nordeste 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para o quadriênio 2023-2024, fez uma avaliação da 60ª Assembleia Geral da CNBB. Dom Edilson participa do encontro, em Aparecida-SP, desde o dia 19 de abril, com os demais bispos do Piauí e o administrador diocesano de Parnaíba, padre Edmar Silva de Lima.

Dom Edilson falou sobre algumas das prioridades da ação evangelizadora da Igreja no Regional para os próximos 4 anos.

Cultura urbana, polarização e tensões

“Estamos mergulhados numa cultura urbana onde muitas vezes as motivações são abstratas e aí, nem sempre, as instituições são ouvidas e precisamos trabalhar para que, de fato, sejamos convincentes na ação evangelizadora. Depois, vivemos numa realidade de polarização que repercute de forma intensa na nossa igreja, então, naturalmente, vamos procurar trabalhar diminuindo essas tensões existentes na vida da igreja. Somente assim, o Evangelho poderá ser comunicado e produzir frutos na ação evangelizadora”.

Fome, drogas e exclusão social

“Vejo como desafio a questão da fome, da drogadição, da falta de sentido na vida, a ponto de muitos viverem a triste realidade da depressão e do suicídio. Isso não pode ser ignorado na ação evangelizadora. Iremos buscar desenvolver um trabalho coletivo, de ajuda mútua, em que possamos reduzir os impactos dessas realidades na sociedade, com a atuação da igreja, por meio das suas pastorais. Somente assim, poderemos alcançar os diversos segmentos sociais, sobretudo, a juventude, os penitenciários, os idosos e todos que vivem em situação de exclusão e vulnerabilidade”.

Sinodalidade, harmonia e justiça social

“O que vai nortear a atuação da Igreja nestes próximos quatro anos é o espírito de sinodalidade, permeado pelo Evangelho. Penso que esse seja o caminho para acontecer entre nós a experiência da comunhão, participação e missão. Desta forma, o Evangelho chegará aos corações, o Cristo se tornará mais conhecido e o mundo transformado pelo amor, proporcionando paz, harmonia e justiça social”.

Protagonismo de leigos e leigas

“Para este próximo quadriênio, também entendemos que deve ser fomentado o papel dos leigos e leigas, assegurar que eles contribuam com a tomada de decisões na Igreja e fomentar esse importante trabalho que vem sendo desenvolvido nas pastorais, movimentos e serviços. Existe uma necessidade de investir e reconhecer a contribuição dessas pessoas para uma ação missionária e evangelizadora mais eclesiológica que chegue aos corações, num um espírito de proximidade, comunhão e partilha”.