A noite do dia 02 de fevereiro foi de muita emoção para os fiéis da Diocese de Parnaíba. Das mais diversas paróquias, padres, diáconos, seminaristas, leigos, religiosos e a comunidade em geral se uniram diante do altar para louvar e bendizer a Deus pelos sete anos de pastoreio do bispo de Parnaíba, Dom Juarez Sousa da Silva, que tomará posse como arcebispo metropolitano de Teresina, no dia 25 de fevereiro. A celebração de envio aconteceu na catedral Mãe da Divina Graça, em Parnaíba.

Logo no início da homilia, Dom Juarez expressou gratidão pelo período em que governou a Igreja Particular de Parnaíba e lembrou de quando foi nomeado pelo Papa Francisco, no dia 06 de janeiro de 2016, e da sua chegada na Diocese de Parnaíba no dia 05 de março do mesmo ano: “Gratidão, primeiramente, a Deus. Tudo é graça. Desde a data da minha nomeação e chegada em Parnaíba, abriu-se um novo capítulo em nossa história e em nossa missão de pastor. Capítulo esse marcado por muito amor. Fui acolhido com afeto e alegria, por Dom Alfredo, meu irmão aqui presente, pelo presbitério desta diocese, por sacerdotes, diáconos, religiosos, pelos seminaristas, lideranças de comunidades, das pastorais, das novas comunidades, dos movimentos, grupos eclesiais e pelas autoridades civis e militares”, destacou.

Dom Juarez agradeceu a contribuição de todo o povo de Deus e falou também dos muitos desafios que marcaram o seu ministério, como a pandemia de Covid-19, período no qual a Igreja precisou se adequar a uma série de medidas restritivas impostas pelas autoridades: “Obrigado, irmãos e irmãs, pela presença, comunhão, participação, com tamanha fidelidade, tamanha tenacidade, que nos fizeram enfrentar e superar os desafios que são próprios de quem segue o Evangelho da vida: Cristo Jesus. Mas nestes últimos tempos, os desafios foram ainda mais agravados. Agravados de morte pela pandemia da Covid-19, com as suas restrições, isolamentos, fechamento de templos, dores, mortes, perdas de pessoas, parentes e tantos agentes de pastorais”, afirmou.

Ainda sobre a realidade enfrentada pela Igreja nesse período, Dom Juarez enfatizou também o espírito de comunhão e fraternidade e do sentimento de solidariedade que brotaram dos corações de cada pessoa e reiterou o apelo do Papa Francisco pela necessidade do cuidado que devemos ter uns com os outros: “Em meio a tudo isso, veio a resistência que se concretizou no anúncio da Boa Nova e das celebrações através das lives. Desafiamos o medo e riscos para levar o conforto da Palavra, dos sacramentos, sobretudo, da Eucaristia e da Penitência, aos que estavam com os corações sofridos, aos que estavam em situação de debilidade psicológica, espiritual e também física. Foi aí que suscitou-se e se fortaleceu o espírito de solidariedade. Foram muitos corações, muitas mãos amigas. Surgiu a Cáritas Diocesana, afinal de contas, é tempo de cuidar. Se fortaleceu a equipe de campanhas, ouvindo o forte apelo, (é tempo de cuidar), cuidar do outro, para que ninguém fique para trás”, disse.

Dando continuidade, Dom Juarez elencou uma série de obras e ações de seu episcopado e lamentou a não concretização de alguns projetos como a otimização do Centro de Treinamento Sagrada Família e a reforma e o embelezamento da catedral. Para isso, ele pediu de todos os diocesanos que continuem a sonhar: “Sem a pretensão de fazer uma prestação de contas, devo dizer que tivemos a graça de sonhar e de concretizar o que esteve ao nosso alcance. Demos passos significativos na automanutenção da nossa diocese, com crescimento progressivo do dízimo missionário. Nossa Escola Diaconal Santo Estêvão, para a formação de discípulos missionários, agora em fase de revitalização. Foram erigidas 9 paróquias e 3 áreas pastorais, todas com seus respectivos pastores e uma estrutura básica para sua manutenção. O fundo de aquisição de veículos faz parte deste processo de auto sustentação da nossa Igreja. A ação social da diocese continua a serviço de todos, sobretudo, dos mais carentes, através da manutenção dos centros sociais em parceria com as paróquias e a Cáritas Diocesana”, justificou.

Finalizando, Dom Juarez reforçou que foi chamado para uma nova missão, para a qual disse ‘sim’, e pediu de todos os presentes orações pela continuidade do seu ministério episcopal, agora em Teresina, e para o próximo bispo diocesano de Parnaíba. Ao final da celebração, Dom Juarez recebeu homenagens de representantes de leigos, religiosos e do Clero. “É hora de envio, e agora, prisioneiro do Espírito, eu vou. Depois de 7 anos aqui, a Igreja me pediu para sair, para partir. Conforta-me saber que vocês estão aqui para me enviar. Enviar para uma outra missão. Peço-lhes perdão pelas vezes que, por ventura, tenha machucado ou deixado de ser o pastor que Deus quis que eu fosse para vocês. Peço que rezem por mim, para que eu seja em Teresina o pastor que Deus deseja para aquela Igreja. Rezem por nosso próximo administrador diocesano e pelo próximo bispo. Deus já está providenciando o próximo bispo de Parnaíba. Já está no seu coração e ele haverá de mandar para os vossos corações, e permaneçam firmes no seguimento de Jesus”, finalizou.

A celebração que empossará Dom Juarez Sousa da Silva como novo arcebispo metropolitano de Teresina está marcada para o próximo dia 25 de fevereiro, na catedral de Nossa Senhora das Dores, a partir das 17h. Até lá, Dom Juarez continua como administrador apostólico de Parnaíba.